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Treinador de Futsal/Futebol - Coordenador Técnico Iniciação - Clube Atlético Mineiro - Graduado em Educação Física - UFMG, Especialista em Futsal e MBA em Gestão de Pessoas

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ataque x Defesa ou seria Defesa x Ataque

 

Nos últimos tempos, as formas de defender no futsal não mudaram muito, diferentemente do ataque que a cada ano aparece com algum princípio novo que gera dúvida para os defensores (seja movimentos de ataque, de goleiro-linha ou bolas paradas).

Inicia-se um período no qual as defesas devem buscar outras possibilidades para neutralizar esses artifícios ofensivos, pois  não é assim que algo complexo como o futsal evolui???

Bem, não se assuste ao ler os dois parágrafos acima, é óbvio que a medida que surgem novas coisas, tende-se a surgir novas soluções…..

Mas e ai? Onde estão elas?

Se pararmos para pensar há algum tempo, a grande novidade era defender zona, princípios que vieram de outros esportes como o basquetebol e que foram organizados de forma sistemática pelos espanhóis e por grandes treinadores brasileiros como Paulinho Cardoso com sua ´´indução´´  e Ferretti com seu ´´quadrante´´. Essas defesas tem suas qualidades e se diferenciam, principalmente, na atuação da primeira linha, e na ocupação dos jogadores na quadra em função da bola.

Os sistemas de ataques começaram a se preocupar com essa novidades e se preparam para enfrentar determinadas situações que em função da defesa apareceriam. As equipes com alta qualidade técnica conseguiam com sucesso, e às vezes, até mesmo sem uma estratégia organizada ´´quebrar´´ esse tipo de defesa, outras equipes sabiam até mesmo como fazer, mas tecnicamente não eram competentes para obter êxito.

Os anos foram passando e hoje percebe-se que a maioria das equipes voltaram a marcar de forma individual, e muitas delas completamente individual, ´´olhando no olho´´ do adversário.

Mas será que estamos regredindo? O jogo vem perdendo complexidade?

Essas perguntas não são tão simples de responder, porém é certo que marcar zona requer muito mais dos processos cognitivos, exigindo estar mais concentrado, comunicar mais. E que a forma que deve-se escolher para marcar não se leva em consideração a plasticidade, ou qualquer outro fator, mas a eficiência em não tomar os gols, desarmar e contra-atacar…..

E nos dias de hoje, as equipes vem cada vez mais voltando a defender individual, com poucas trocas, onde o jogo do 1x1 é fundamental para o desarme (não que não seja em outras formas de defesa)

Você deve estar pensando agora, isso tudo é muito complexo para minha realidade…

De forma alguma, compreender as formas de defender e conseguir adapta-las em exercícios é seu papel enquanto treinador…

Há pouco tempo fui convencido que no processo de formação o atleta deve experimentar as duas formas, obviamente começar individual, mas ainda nos seus 14, 15 anos saber como defender zona. Dessa forma, toda exigência desse tipo de marcação contribuirá para a evolução do atleta que terá mesmo jovem que  comunicar mais, liderar, cobrir, retornar e compreender que uma falha individual tem consequências graves para o coletivo.

Como tudo na vida, basta um desequilíbrio para se buscar novamente ao equilíbrio, os sistemas dinâmicos que nos cercam funcionam dessa forma. Espera-se que se criem novos sistemas, novas ideias que surpreendam a todos, para que os estrategistas comecem a pensar e refletir em como neutralizar a novidade eficiente (criar por criar não vale de nada)…..