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Treinador de Futsal/Futebol - Coordenador Técnico Iniciação - Clube Atlético Mineiro - Graduado em Educação Física - UFMG, Especialista em Futsal e MBA em Gestão de Pessoas

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Modelo de jogo, um bom começo para a temporada

 

´´ O êxito no futebol tem mil receitas. O treinador deve crer numa, e com ela seduzir os seus jogadores.´´    (Valdano,1998)

 

A frase acima não deixa dúvida, no esporte não existe verdade absoluta, acredito que não seja só no esporte, mas aqui é o que nos interessa. Há muito venho editando e analisando vários jogos de futsal das principais competições nacionais, buscando entender a ´´essência´´ de cada equipe, na verdade não só das ações dos jogadores, mas do que está por trás disso. E o que está por trás disso???

O que o treinador acredita! (Na verdade não edito a Equipe, e sim o Treinador)

Essa foi a resposta mais rápida que passou pela minha cabeça. Se a concepção de ´´treinar´´ é condicionar comportamentos, nada mais certo que se um treinador acreditar em algo, ele irá condicionar seus atletas a agirem daquela forma. (assunto abordado no ´´post – Treinando princípios e não exercícios´´).

E inevitalmente, o treinador tendo ou não consciência disso, ele tem um ´´Modelo de jogo´´.  Segundo Moigne (1990), se se pretende dar forma a um fenômeno complexo, deve-se modela-ló . O mesmo autor afirma que um modelo serve para tornar inteligível e entendível algo que é complexo, e nada como a complexidade dos jogos esportivos coletivos para despertarem a necessidade de elaboração de um modelo. Ou seja, o treinador tem um conjunto de idéias relativas ao jogar que pretende, e isso irá orientar todo processo de treino.

Levando isso em consideração, o modelo de jogo é imprescindível na construção de uma equipe, uma vez que ele orientará tudo. Além disso, será um ´´guia´´, um referencial, principalmente nos momentos que os resultados não aparecerem e que a pressão por todos os lados aumentar. Ele permitirá que a comunicação motriz dos jogadores esteja sem ´´ruído´´  algum, mesmo no momentos mais difíceis.

 

´´Formar uma equipe é como criar um estilo, uma atmosfera. Trata-se, acima de tudo, de dar alma a um conjunto de onze futebolistas.´´

(Lobo, 2003)

Mas, essa idéia comum de jogo deve ser embasada por Princípios, e esses devem ter sustentação de sub-princípios que não surgirão da noite para o dia.Para se ter um ataque consistente, uma defesa que desarma  e um contra-ataque eficiente será  preciso experimentar, tentar, errar, estudar….

E com o tempo você vai acreditando no que você está fazendo, e seus jogadores começam a acreditar em você, até o ponto que eles acham que foram eles os criadores de tudo!

Caso isso aconteça, perfeito!!!! É sinal que realmente eles estão bem treinados naquilo que você delimitou como seu ´´modelo de jogo´´.

Na verdade, todo esse processo é construído em conjunto, pois lembre-se que seus princípios devem ser ESPECÍFICOS ao perfil de jogadores daquela temporada.

 

´´Não adotamos um modelo de jogo, nós criamos um modelo de jogo.

(Oliveira, 2004)

 

Além de serem específicos ao perfil de jogadores, também devem ser específicos a ´´cultura´´  do clube  e a estrutura do clube. Não  adiantará você ter uma equipe com pouca qualidade técnica e querer ter um ataque consistente, a definição do modelo envolve também o conhecimento do treinador para tomar decisões naquele momento e também o conhecimento da modalidade.

Mas, cuidado!!! Será que a criação de um modelo de jogo não tornará

sua equipe previsível???

No treino tem que existir espaço para a individualidade, para a inovação (situações muitas vezes difíceis para os treinadores perfeccionistas como eu , que desejam controlar tudo!!!), pois são elas que desequilibrarão uma partida.

Caso contrário uma edição de vídeo numa preleção antes do jogo  pode interferir no resultado….

 

´´O futebol é uma combinação de organização coletiva, mas de exaltação da capacidade individual.´´

(Valdano, 1998)

 

 

Citações foram tiradas do estudo:

(Batista, 2006) Organização defensiva: Congruência entre os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios de jogos definidos pelo treinador e sua operacionalização. Monografia de licenciatura em Desporto e Educação física, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Um comentário:

  1. Muito bom. Estava relendo esta monografia que citou a poucos dias e mesmo sendo antiga, ainda ajuda muito na elaboração de um modelo de jogo.
    Parabéns e sucesso na carreira.

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